PERGUNTA:
Por que Deus, no Antigo Testamento, parece ser um Deus que pune e mata, enquanto no Novo Testamento Ele parece ser um Deus cheio de bondade?
Essa pergunta reflete um dilema comum na leitura da Bíblia. Quando observamos a narrativa do Antigo Testamento, encontramos momentos de severos julgamentos de Deus, enquanto no Novo Testamento parece haver uma maior ênfase na Sua misericórdia e graça. No entanto, a Bíblia ensina que Deus é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13:8), e Sua justiça e amor são atributos complementares, não contraditórios.
No Antigo Testamento, vemos Deus como um juiz justo, lidando com o pecado de maneira directa e, muitas vezes, com punições severas. Isso é evidente em eventos como o dilúvio (Gênesis 6-9), a destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19), e os castigos que caíram sobre o povo de Israel por sua desobediência (Números 14:34). Mas esses actos não devem ser entendidos como crueldade ou capricho. Eles refletem a santidade e a justiça de Deus. Habacuc 1:13 nos lembra que “os teus olhos são tão puros, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar”. O pecado não pode habitar na presença de um Deus santo, e o Antigo Testamento ilustra as consequências directas do pecado e a necessidade de obediência à aliança.
Entretanto, mesmo no Antigo Testamento, o carácter misericordioso de Deus também é evidente. Por exemplo, após a queda de Adão e Eva, Deus, em Sua misericórdia, provê vestimentas para cobrir sua vergonha (Gênesis 3:21) e promete a vinda de um Salvador (Gênesis 3:15). Em Êxodo 34:6, Deus se revela a Moisés como “misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade”. Este versículo destaca que a bondade de Deus sempre esteve presente, mesmo nas épocas de severa punição.
Já no Novo Testamento, a ênfase parece recair mais fortemente sobre a graça e o perdão de Deus, especialmente através da obra de Jesus Cristo. João 3:16 diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." No entanto, isso não significa que a justiça de Deus foi negligenciada. Jesus veio ao mundo para cumprir a Lei (Mateus 5:17) e para levar sobre Si a punição pelos pecados da humanidade. Em Isaías 53:5, profeticamente, lemos: "Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados."
A diferença entre o Antigo e o Novo Testamento não está no carácter de Deus, mas na maneira como Ele interage com a humanidade em momentos diferentes da história da redenção. O Novo Testamento não ignora a justiça de Deus, mas revela o cumprimento do plano redentor que estava em andamento desde o princípio. No sacrifício de Cristo, a justiça de Deus foi plenamente satisfeita (Romanos 3:25, 26). O castigo que era exigido pela Lei foi derramado sobre Jesus, e agora aqueles que colocam sua fé n'Ele experimentam a plenitude da misericórdia e do perdão de Deus.
Portanto, a ideia de que Deus é severo no Antigo Testamento e apenas bondoso no Novo Testamento é uma simplificação. O Antigo Testamento demonstra a justiça e a santidade de Deus, mas também revela Sua paciência e Seu desejo de restaurar a comunhão com a humanidade. O Novo Testamento, por sua vez, mostra como Deus cumpre Sua promessa de redenção através de Jesus Cristo, sem comprometer Sua justiça, mas oferecendo misericórdia e graça a todos que creem.
Deus não muda entre o Antigo e o Novo Testamento. O que muda é a maneira como Seu plano redentor se desenrola. No Antigo Testamento, Ele demonstra Sua justiça e santidade, e no Novo Testamento, revela Sua graça e amor através de Jesus Cristo. A justiça de Deus foi satisfeita pela obra de Cristo, permitindo que todos, pela fé, recebam a salvação.
Em suma, Deus não muda entre o Antigo e o Novo Testamento. O que vemos é uma revelação progressiva do Seu carácter e do plano de salvação. No Antigo Testamento, Ele age como um juiz justo, mas também cheio de misericórdia e paciência. No Novo Testamento, Ele revela a plenitude de Sua graça e bondade através de Jesus Cristo. A justiça de Deus é cumprida na cruz, e Sua bondade se manifesta na oferta de vida eterna a todos os que creem. Assim, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento apontam para o mesmo Deus, justo e misericordioso.
VAMOS ORAR?
Pai Celestial, Te agradecemos porque Tu és justo e cheio de misericórdia. Obrigado por revelares o Teu carácter através das Escrituras e por nos mostrares que, mesmo em Tua justiça, Tua graça sempre esteve disponível para aqueles que Te buscam. Ajuda-nos a entender Teu plano redentor e a viver em gratidão por tudo o que fizeste por nós em Jesus Cristo. Que possamos confiar em Ti, sabendo que és o mesmo Deus de justiça e bondade em todos os tempos. Em nome de Jesus, oramos. Amém!
ANTES A MORTE EM BATALHA DE CRISTO, DO QUE NA LAMA COMO COVARDE MORRER. ATÉ AQUI, PALAVRA DO SENHOR!
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