PERGUNTA:
Irmão Biblista Lázaro, recentemente (a 22/11/2024) o jornal Folha de S. Paulo, do Brasil, publicou um artigo intitulado "Lugar da Bíblia é na igreja, não no governo". Nesse artigo, o autor argumenta que símbolos religiosos, como a Bíblia, não deveriam estar presentes em espaços públicos, defendendo que isso fere a laicidade do Estado e sugere proselitismo. Ele propõe que a separação entre religião e governo é essencial para garantir a neutralidade. Qual é o seu olhar sobre essa visão? Acredita que tais símbolos, sobretudo a Bíblia, realmente comprometem a imparcialidade ou podem enriquecer a sociedade?
Meu irmão, li atentamente o artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo de que fazes menção. Amado irmão, verdadeiramente, a relação entre religião e governo é histórica e inegável. Desde as primeiras civilizações, como o Antigo Egipto e a Babilônia, as normas que guiavam a sociedade estavam profundamente enraizadas na crença de uma autoridade superior. O Código de Hamurabi, por exemplo, atribui a origem das leis ao deus Marduk, evidenciando que as normas de justiça e governança sempre buscaram fundamentação em valores transcendentais. Mais recentemente, CS Lewis, em Cristianismo Mero, argumenta que sem uma fonte moral absoluta – como Deus – a justiça torna-se uma questão de conveniência social e perde sua objectividade.