"Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem o seu ouvido agravado, para não poder ouvir. mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça." (Isaías 59:1,2)
Quando falamos de oração, muitas vezes enxergamos esse acto como uma linha directa de comunicação com Deus, na qual esperamos uma resposta rápida. Porém, as Escrituras nos mostram que há momentos em que Deus não responde ou até se recusa a ouvir nossas orações. Não é que Ele não nos ame ou não se importe, mas existem razões específicas pelas quais nossas orações podem não ter o efeito desejado.
Hoje, vamos explorar essas razões de forma mais profunda.1. Sem Conversão, Sem Compromisso (Lucas 13:25-27).
Em Lucas 13:25-27 Jesus contou a parábola dos que bateram à porta depois de ela já estar fechada, dizendo: "Senhor, abre-nos a porta!", mas a resposta foi: "Não vos conheço." Essa é uma advertência poderosa para quem vive sem compromisso genuíno com Deus. Podemos até frequentar a igreja, orar e participar de actividades religiosas, mas se não houver uma conversão verdadeira e uma vida dedicada a seguir a Cristo, nossas orações não passam de ruídos. Deus busca um relacionamento verdadeiro, não uma fé nominal.
Muitas pessoas oram pedindo bênçãos sem nunca terem se rendido de facto ao senhorio de Cristo. Suas orações, então, não têm poder, porque a condição básica para que Deus nos ouça é que sejamos parte do Seu povo. "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar..." (2 Crônicas 7:14). A oração poderosa vem de um coração transformado e de uma vida de obediência.
2. Falta de Sinceridade e Obediência (Mateus 6:5,7).
Em Mateus 6, Jesus criticou os hipócritas que oravam em público para serem vistos, e aqueles que repetiam palavras vazias, acreditando que seriam ouvidos por sua quantidade de palavras. A lição aqui é clara: Deus vê o coração, não as aparências. Ele não está interessado em orações elaboradas ou longas, mas em orações sinceras, vindas de um coração quebrantado.
Muitas vezes, oramos não para agradar a Deus, mas para satisfazer nossa consciência ou impressionar outros. Orar com segundas intenções ou sem sinceridade é como lançar palavras ao vento. Quando nossas motivações não são puras, a oração perde seu poder, porque Deus exige a verdade no íntimo (Salmos 51:6). Além disso, orar sem obediência é inútil. Como podemos esperar que Deus nos ouça se não estamos dispostos a seguir a Sua vontade?
3. Oramos ao Invés de Agirmos (Êxodo 14:15; Josué 7:7-13).
Muitas vezes, oramos pedindo direcção ou solução para problemas, quando Deus já nos deu a resposta, mas falta-nos coragem para agir. No Êxodo, quando o povo de Israel estava encurralado pelo Mar Vermelho, Moisés clamou a Deus, mas Deus respondeu: "Por que clamas a mim? Dize ao povo que marche!" Havia um momento para orar, mas também havia um momento para agir.
O mesmo aconteceu com Josué, quando o povo foi derrotado em Ai. Ele orou pedindo explicações, mas Deus lhe disse para lidar com o pecado de Acã primeiro. Deus espera que nossa oração seja acompanhada de acção quando Ele já nos deu uma direcção clara. Muitas vezes, as respostas que buscamos estão naquilo que Ele já nos ordenou a fazer.
4. Contra a Vontade de Deus (Deuteronômio 3:25-27).
Moisés, o grande líder de Israel, fez uma oração fervorosa pedindo para entrar na Terra Prometida. No entanto, Deus disse a ele: "Basta! Não me fales mais deste assunto." Moisés estava orando por algo que ia contra a vontade de Deus. Mesmo sendo um homem de fé, Deus tinha outros planos para ele.
Isso nos ensina que nem sempre o que pedimos está alinhado com a vontade de Deus. Precisamos aprender a confiar na sabedoria divina, mesmo quando não entendemos completamente Seus caminhos. Deus não rejeita nossas orações porque não nos ama, mas porque Ele tem um plano melhor, mesmo que não seja o que desejamos no momento.
5. Cheias de Incredulidade (Tiago 1:6, 7).
Tiago nos adverte sobre a importância da fé na oração. Orar com dúvidas é como uma onda agitada pelo vento, instável e sem direcção. Muitas vezes, nossas orações são cheias de palavras bonitas, mas internamente, não acreditamos que Deus vai realmente responder. Essa falta de fé bloqueia o agir de Deus em nossas vidas.
A oração que Deus responde é aquela que vem de um coração que confia plenamente em Sua capacidade de fazer o impossível. Sem fé, a oração se torna um exercício vazio, sem poder para mover as mãos de Deus. A fé é o combustível que dá poder à oração.
6. Evitamos a Disciplina (2 Samuel 12:16-18; Isaías 1:15).
David orou com grande fervor pela vida de seu filho, mas Deus não respondeu porque aquele sofrimento era parte da disciplina divina. Quando há pecado não confessado ou atitudes erradas em nossas vidas, Deus pode usar a dor e a disciplina para nos corrigir e nos trazer de volta ao caminho certo. Em Isaías 1:15, Deus diz que não ouvirá o povo, pois suas mãos estão cheias de sangue. A disciplina de Deus não deve ser evitada, mas recebida com humildade.
Conclusão:
Deus nos ama, e é por isso que Ele se recusa a responder algumas orações. Ele deseja que sejamos verdadeiros, obedientes, cheios de fé e submissos à Sua vontade. Quando nossas orações são feitas com essas qualidades, podemos ter a certeza de que Ele ouvirá e responderá, seja para nos conceder o que pedimos ou para nos guiar a algo ainda melhor.
Vamos Orar?
Senhor, ajuda-nos a orar com corações puros, cheios de fé e sinceridade. Não nos permita evitar a Tua disciplina, mas que sejamos moldados segundo o Teu querer. Que nossas orações sejam poderosas porque estão alinhadas com a Tua vontade.
Em nome de Jesus, oramos. Amém!
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