PERGUNTA:
Em Deuteronômio 25:11, 12, Deus ordena que, se uma mulher intervier numa briga para ajudar o marido e, ao fazê-lo, segurar as partes íntimas do outro homem, sua mão deve ser cortada sem piedade. Essa ordem parece extremamente severa e difícil de entender. Qual é o fundamento por trás disso? Qual explicação bíblica e racional podemos dar a esse mandamento?
Esta pergunta é bastante pertinente. O texto de Deuteronômio 25:11, 12 diz: “Quando pelejarem dois homens, um com o outro, e a mulher de um chegar para livrar a seu marido da mão do que o fere, e estender a sua mão, e pegar-lhe pelas vergonhas, cortar-lhe-ás a mão; o teu olho não poupará.”
Este mandamento pertence ao conjunto de leis civis e sociais dadas por Deus a Israel, com o propósito de estabelecer ordem, justiça e pureza moral numa sociedade teocrática. Essas leis, além de regularem o convívio entre os cidadãos, também protegiam a dignidade, a integridade e a decência — valores fundamentais no contexto da aliança entre Deus e o povo de Israel.
Primeiro, é importante entender que este não era um caso de toque acidental, mas de uma acção intencional, deliberada, feita durante uma briga para ferir o oponente do marido de forma vergonhosa e humilhante. No mundo hebraico, o órgão reprodutivo era símbolo de descendência, honra e continuidade familiar (Gênesis 17:10-14). Atacar esse símbolo era considerado não apenas uma agressão física, mas uma afronta à honra do indivíduo, da família e até do povo. (Leia também: Deus realmente cria o mal conforme Isaías 45:7).
Além disso, o gesto da mulher aqui descrito podia ser entendido como uma tentativa de emasculação ou dano grave à capacidade do outro homem gerar descendência. Isso era uma forma extrema de violência que, mesmo em defesa do marido, ultrapassava os limites aceitáveis de intervenção. Por isso, a punição servia tanto como dissuasão quanto como protecção da integridade e da honra masculina — não em sentido machista, mas no contexto do valor dado à procriação e continuidade da linhagem em Israel.
Em segundo lugar, precisamos considerar o estilo hiperbólico comum em certas legislações antigas. A punição descrita — "cortar-lhe-ás a mão" — pode ter sido uma maneira enfática de demonstrar a gravidade da acção e o repúdio social que deveria existir a esse tipo de comportamento. Algumas interpretações rabínicas sugerem que, em vez de amputação literal, o texto poderia ser uma fórmula jurídica para aplicar penalidade severa ou multa proporcional. Ainda assim, a seriedade do gesto não diminui. (Leia também: Qual é o destino eterno de um cristão que morre estando em disciplina: Céu ou inferno?)
Portanto, este mandamento, embora duro à luz dos nossos padrões culturais modernos, tinha um papel didáctico e moral num contexto muito específico, em que Deus estava formando uma nação santa com leis que transmitissem respeito, decência e ordem social. O foco era preservar a dignidade humana e a justiça, mesmo em situações de conflito.
VAMOS ORAR?
Senhor Deus, agradecemos por Tua Palavra que, mesmo quando difícil de entender, reflete Tua santidade, justiça e cuidado por Teu povo. Dá-nos discernimento para compreender a Tua vontade em cada tempo e cultura, e ajuda-nos a viver com sabedoria, respeito e equilíbrio em nossas relações. Que sejamos guiados pelo Espírito Santo a viver em harmonia e decência. Em nome de Jesus, amém!
ANTES A MORTE EM BATALHA DE CRISTO, DO QUE NA LAMA COMO COVARDE MORRER (1 Pedro 3:17). ATÉ AQUI, PALAVRA DO SENHOR!
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